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17 de maio de 2014

O teatro do aborrecimento mortal

"O Teatro do Aborrecimento Mortal reconhece-se à primeira vista, pois é sinónimo de mau teatro. Sendo esta a forma de teatro mais frequente, e aquela que se encontra mais associada ao teatro comercial, alvo de desprezo e de ataques constantes, poderá parecer uma perda de tempo insistir em criticá-lo. Contudo, só teremos consciência da real dimensão do problema se percebermos que as coisas aborrecidas são enganadoras e que podem surgir em qualquer momento".
(Peter Brook, O Espaço Vazio)

Acabado de vir do comício do Bloco de Esquerda, em Faro, onde fui ver se me convencia a ir votar no próximo dia 25, nas eleições para o Parlamento Europeu.
A única coisa que me animou foi a reivindicação da "reestruturação da dívida" que o BE continua patetalegremente a proclamar como sendo uma coisa de esquerda e que reclamará como uma grande vitória no dia em que a direita tomar isso como um feito seu. Inevitavelmente.
Sobre a Europa não ouvi uma ideia. Apenas que existem alternativas e que há outros com quem estão unidos no PE. Enfim, o discurso político do "aborrecimento mortal". Na forma não se distingue muito dos outros. E aqui, a forma é também conteúdo. Mortal. Uma esquerda a tornar-se mortal para si própria.

24 de janeiro de 2011

O primeiro dia dos próximos cinco anos

Ou seja, encavacados e mal pagos.

O país votou. Segundo as regras da democracia, Cavaco ganou a sua reeleição à primeira volta e continua a ocupar o lugar de Presidente da República Portuguesa. Nada disto está em causa. É assim.
Outra coisa é saber se o homem, pelo seu passado na política portuguesa como primeiro ministro por um período que niguém teve, pela forma como se comportou no primeiro mandato e pelas coisas que entretanto se têm vindo a descobrir, incorpora essa grandeza de carácter que o torna merecedor de ser o representante de todos os portugueses.
Há quem não aceite que se ponha em causa o carácter, a honorabilidade, a honestidade, o valor da pessoa. Mas , ou eu andei muito distraído ou nenhum dos candidatos apresentou um programa político de candidatura ao cargo, que já de si está bastante pré-determinado pela constituição deixando a variabilidade para o estilo pessoal do seu exercício, para a marca de dignidade que não poderá envergonhar nenhum português. E isso está no carácter da pessoa.
Ideologicamente não me identifico com nenhum dos anteriores presidentes, mas não hesito em reconhecer-lhes o mérito de terem sabido exercer o cargo sem me envergonharem de ser português. Cavaco envergonha-me.
Ideologicamente representa o que há de mais conservador e tacanho que existe na mentalidade portuguesa. Um provincianismo de sacristia. O chico-espertismo dos que são capazes de ultrapassar todos pela faixa de socorro (pela direita) e meter-se lá mais à frente. O sempre senhor professor ou professor doutor mesmo quando há tantos outros com igual titularidade a quem não é dispensado esse trato. A safadeza cobarde de quando confrontado com as embrulhadas optar sobraceiramente pelo silêncio ou mesmo pela mentira (não percebo nada de acções com nomes em inglês, não me lembro, só passei os cheques). Isto talvez só seja a ideologia dos que não têm carácter, mas ainda assim ideologia, porque pode passar, ser modelo identificador para alguns.
Cavaco, em suma, vende o mesmo produto que Salazar. Mas faz melhor que este. Tem a vantagem de ter sempre a seu lado a sua "senhora" e o resto da família já devidamente abençoada pelo papa do Vaticano.
De resto, se o homem não se assume como político, o que é que lhe pode exigir politicamente? É uma espécie de inimputável, desse ponto de vista.
Há, pelos vistos, muita gente que gosta. Eu não. E não me coíbo de o proclamar com o mesmo direito (embora com incomparavelmente menor alcance) que é dado ao próprio e a quem se identifica com o modelo.
Não desanimemos. Faltam só 1825 dias.

21 de abril de 2008

Abrilosto


Imagem da Agenda Cultural de Faro*


Ele há meses assim. É pena porque Abril é Abril. Sempre.

Há muito tempo aprendi com o Boris um certo jogo dos meses e logo me pus a inventar, entre brumários e semeadores, meses de quinze dias e duas semanas consoante as luas.
De Janarço a Febrosto podem decorrer apenas três marés e dois dias de chuva miudinha, por exemplo. O natal é em Dezembrulho por via das prendas e o mês de todos os encantos é mesmo o Setembraio.

E tudo isto como forma airosa de não falar do turismo sénior na Madeira. Para não ficarmos mais encavacados com senhor que só traz bom tempo amais a sua dilecta senhora que não gosta de números. O que lembra um outro divertido casal que na primeira vez que lá foi, depois da última em que lá tinha estado, fez idêntica figura, aquando da inauguração do chafariz no largo da igreja.
Mas isso foi antes de Abril.

*O 31 de Abril foi descoberto pela Sofia

17 de abril de 2008

Paradoxos



MUPI = Mobiliário Urbano Publicitário Informativo

Esta mobília não se mexe porque está agarrada ao chão.
Ocupa mais de metade do passeio.
Tapa a visibilidade nos cruzamentos.
São uma verdadeira praga urbana.
Deviam informar a quem é que a gente se queixa disto.
Já agora

13 de junho de 2007

com ficção


O meu amigo chega ao pé de mim bastante triste e pergunto-lhe o que se passa Ele ainda hesita mas depois diz-me Tenho quase a certeza que a minha namorada tem um amante inglês Pergunto-lhe como é que ele soube E ele Quando estamos na cama ela chama-me pelo seu nome mattew e repete várias vezes e chama-o também pelo diminutivo oh matt mattew Queres mais evidência

Foi então que o aconselhei a responder-lhe também em inglês Diz-lhe assim Meu amor adoro fac Ela vai perceber logo que fac significa "fazer amor contigo"

21 de maio de 2007

é por imeile charrua

O professor charrua é um homem bem humorado como se prova pelo tempo que passou no hemiciclo E quis fazer graça com um assunto muito sério mas que na boca de um ex deputado não tem graça nenhuma porque vem absolutamente fora de tempo e já se vai perceber porquê O senhor professor e ex deputado charrua de sua graça quis ter graça mas ficou-se por uma desgraçada intenção e vai de lá a sua chefe margarida moreira que andava ali disfarçada de climex esfregona na mão e lenço na cabeça e ouve aquela piada sobre o doutoramento por fax Pronto A margarida tira o lenço larga o balde e a esfregona e Com que então por fax Isso é forma de um funcionário do estado se referir ao primeiro ministro Ele aind adisse Mas eu nem falei da licenciatura na dependente Isso não teria importância nenhuma Toda a gente já sabe da trapalhada que isso foi mas é coisa que não deslustra a governação Mas atacar assim com difamação o nosso primeiro josé de sousa carago (isto passa-se no norte e a margarida usa as vírgulas no sítio certo) não pode ser Toma lá com o estatuto disciplinar da função pública que é para aprenderes e vais para casa com um processo E vira as costas a vociferar corredor fora mas ainda se ouve Por fax Que desaforo Depois do choque tecnológico e do simplex É por imeile seu burro E na hora