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2 de fevereiro de 2011
A canção de protesto
Que parvos que somos!...
E se a moda pega e nasce um novo movimento de canção de protesto e a ele se associam outros movimentos que por aí andam, mais ou menos latentes?
Parece que entrámos numa qualquer era de revoluções. Ninguém estará interessado em pegar em armas e já não estamos em tempo disso. As armas hoje são outras e serão muito mais eficazes do que as dos exércitos e polícias que protegem ditadores e outros sistemas injustos. Há armas capazes de disparar em cada computador em qualquer parte do mundo, em cada telemóvel e, inevitavelmente produzir notícia replicada em todos os canais de televisão.
Ao ouvir esta canção dos Deolinda, não pude deixar de pensar em alguns jovens amigos que fazem parte do movimento "Maldita Arquitectura" e outros, que noutras áreas se sujeitam a trabalho quasi-escravo.
O caminho é pela IC. Insurreição Criativa.
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16 de dezembro de 2010
Prodígios do campus

Uma personagem levantou-se e disse. Isto é uma história.
E eu disse. Sim. É uma história.
Por isso podem ficar tranquilos nos seus postos.
A todos atribuirei os eventos previstos, sem que nada sobrevenha de definitivamente grave. Outro ainda disse. E falamos todos ao mesmo tempo.
E eu disse. Seria bom para que ficasse bem claro o desentendimento.
Mas será mais eloquente. Para os que crêm nas palavras.
Que se entenda o que cada um diz. Entrem devagar.
Enquanto um pensa, fala e se move, aguardem os outros a sua vez.
O breve tempo de uma demonstração.
E eu disse. Sim. É uma história.
Por isso podem ficar tranquilos nos seus postos.
A todos atribuirei os eventos previstos, sem que nada sobrevenha de definitivamente grave. Outro ainda disse. E falamos todos ao mesmo tempo.
E eu disse. Seria bom para que ficasse bem claro o desentendimento.
Mas será mais eloquente. Para os que crêm nas palavras.
Que se entenda o que cada um diz. Entrem devagar.
Enquanto um pensa, fala e se move, aguardem os outros a sua vez.
O breve tempo de uma demonstração.
Lídia Jorge - O dia dos prodígios
Foi ontem. Ou foi há trinta anos. Acabado de chegar a esta terra já tinha percorrido uma boa procura das tradições. Dos falares e cantares que em alguns sítios parecem ser uma e a mesma coisa. Das pragas dos marítimos às rezas a santa bárbara para afastar trovoadas lá para onde nem cresça ramo verde ou alma cr'stã. Das toadas do 'leva' aos romance carolígeo. Da ti' Bi' Fitas aos Velhos da Torre. Da Pinha de Maios e 'abarcas' às charolas. Dos comeres da serra e do mar. Destas terras de gente marafada, afeleada nos seus afazeres, alvoreada com levantes, suestes, besaranhas e sirocos capazes de xaringar um pacato montanhero. Ah, punhão. Mundo. Mesmo que não se acredite em assombrações, encantamentos e se pense que esta ou aquela estória contada naquele falar de boca cheia de Monchique ou nas vogais dobradas do barlavento. Debe. Tem que haver aqui algo de mágico e prodigioso por estas terras e gentes que ainda resiste como mouras encantadas aí pelos poços e noras. Móce. Foi mesmo uma coisa desmarcada.
Lídia Jorge recebeu ontem o grau de doutor honoris causa na Universidade do Algarve. A laudatio pelo vice-reitor Pedro Ferré e o agradecimento da escritora foram no seu conjunto uma das mais emocionantes lições de literatura e ao mesmo tempo uma viagem à minha infância, aos livros e às searas. O meu barrocal era a charneca e o mar sempre foi o Tejo. E pelo Tejo vai-se para o mundo.
Ontem li todos os livros de Lídia Jorge, mesmo os que nunca abri. Talvez por um mero bom acaso, daqueles que nem uma equação diferencial estocástica (os meus amigos matemáticos vão adorar esta) pode admitir como hipótese prever, eu tenha assistido ao Dia dos prodígios em teatro, no Trindade e tenha ido procurar o livro da cobra voadora, com as páginas amarelecidas e tenha iniciado a sua releitura quase trinta anos depois e tenha tido o privilégio, o prodigioso privilégio de poder participar nesta festa que, apesar de todo o cerimonial académico cheio de rituais de liturgia paramentada, foi por largos momentos um largo terreiro de ouvir e contar histórias estórias.
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24 de novembro de 2010
Há filmes para ver de mão dada

A rapariga que me dá a mão e beijos no cinema sabe habitualmente ao que vai. E está sempre a levar-me para a sala escura. Desta vez foi na cidade da outra ria onde tinha que ir congressar e onde, por mero acaso estreou o fime-documentário José e Pilar. E digo por acaso, e não é por acaso, porque das 7 cidades onde o filme se exibe, todas são a norte do Tejo. Sobre filmes eu não sei escrever. Sobre o filme e as emoções ela já escreveu e muito bem, como sempre faz. E fiquei també a saber que outros o fizeram e faço eco do apelo para que se veja este fime. E para quem queira ter uma visão privilegiada como eu que o faça, se puder, de mão dada.
Como era de esperar de quem habitualmente troca os nomes às coisas e aos lugares, o filme passa a ser Pilar e José. Não é por distracção. É mesmo por feminismo imparavelmente ímpar.
Saímos do filme mais ou menos a concordar que seremos assim como uma espécie de palavra de ordem para escrever por aí nos muros: mais ateu que saramago e mais feminista que pilar. De mãos dadas.
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18 de junho de 2010
O meu nome é Mago. Saramago
José Saramago morreu hoje e deixou-nos mais pobres.
A magia com que levantava as palavras deixou em mim, leitor, um rasto de lucidez para todas as leituras.
Sempre chegaremos ao lugar onde nos esperam. Escreveu um dia.
Ainda tenho umas coisas para ler...
Hoje é o ano da morte de Saramago.
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago Os Poemas Possíveis
11 de abril de 2010
Quando falaste...
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Mas voámos todos um pouco e de repente toda a Serra era uma imensa escola verde e o Sado o recreio e a Pedra Anicha uma sala de aula frente ao Portinho ou era mesmo só a Pedra Anicha sobrevoada por gaivotas que éramos nós todos.
Por um tempo deixaste de ser a rapariga dos brincos de pérola e tornaste-te no poeta professor e toda aquela sala voou num caminho por ele fora sem tempo nem asas/almas encarceradas. Ficámos todos meninos a aprender e até o "Fosco" rabino desta vez ficou até ao fim.
Sessão comemorativa do nascimento de Sebastião da Gama, ontem em VN de Azeitão, no museu que tem o seu nome.
Melhor ainda é ler-te na primeira pessoa.
Singular.
Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, em 10 de Abril de 1924, e faleceu em Lisboa em 1952
"Encarcerar a asa é encarcerar a alma. Isso sim. É que há muita asa que não pensa; asas que não sintam é que não.Mas eu não preciso do símbolo para ver os pássaros na gaiola. Basta-me ser fraterno. Para que vivemos no mundo há tanto tempo, se não sabemos ainda que os bichos são criaturas com alma?... Até os das fábulas, quando calha... Ora pensem lá um bocadinho no " Leão Moribundo"... É um leão mesmo, ou é principalmente um leão. Quantas vezes se esquecem os fabulistas de que era de homens que queriam falar!
Asa encarcerada não. Nem asa de pássaro nem asa de grilo. Uma fê-la o Senhor e disse-lhe: " Voa!" À outra: " Canta!" A nenhuma ( nem a nós deu a ordem, claro está) que se metesse numa gaiola. No entanto é a gaiola o domicílio habitual muito habitual do pássaro e do grilo. Ao grilo prendem-no as crianças, sob o sorriso dos pais. Ao pássaro os pais sob o sorriso dos filhos. Má escola esta. Principalmente porque se diz: "Que bem que canta!, Que bem que canta!". Nem se chega a aprender a diferença que vai do canto ao choro. Pois um pássaro encarcerado canta lá?!... Os pássaros cantam é nas linhas do telefone, nas árvores, nas beiras do telhado... Os grilos é na toca ou ao pé da serralha. Na gaiola choram. É o fado dos ferros."
Sebastião da Gama (1947). O segredo é amar
não enlouqueceu ninguém...
Mas voámos todos um pouco e de repente toda a Serra era uma imensa escola verde e o Sado o recreio e a Pedra Anicha uma sala de aula frente ao Portinho ou era mesmo só a Pedra Anicha sobrevoada por gaivotas que éramos nós todos.
Por um tempo deixaste de ser a rapariga dos brincos de pérola e tornaste-te no poeta professor e toda aquela sala voou num caminho por ele fora sem tempo nem asas/almas encarceradas. Ficámos todos meninos a aprender e até o "Fosco" rabino desta vez ficou até ao fim.
Sessão comemorativa do nascimento de Sebastião da Gama, ontem em VN de Azeitão, no museu que tem o seu nome.
Melhor ainda é ler-te na primeira pessoa.
Singular.
Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, em 10 de Abril de 1924, e faleceu em Lisboa em 1952
"Encarcerar a asa é encarcerar a alma. Isso sim. É que há muita asa que não pensa; asas que não sintam é que não.Mas eu não preciso do símbolo para ver os pássaros na gaiola. Basta-me ser fraterno. Para que vivemos no mundo há tanto tempo, se não sabemos ainda que os bichos são criaturas com alma?... Até os das fábulas, quando calha... Ora pensem lá um bocadinho no " Leão Moribundo"... É um leão mesmo, ou é principalmente um leão. Quantas vezes se esquecem os fabulistas de que era de homens que queriam falar!
Asa encarcerada não. Nem asa de pássaro nem asa de grilo. Uma fê-la o Senhor e disse-lhe: " Voa!" À outra: " Canta!" A nenhuma ( nem a nós deu a ordem, claro está) que se metesse numa gaiola. No entanto é a gaiola o domicílio habitual muito habitual do pássaro e do grilo. Ao grilo prendem-no as crianças, sob o sorriso dos pais. Ao pássaro os pais sob o sorriso dos filhos. Má escola esta. Principalmente porque se diz: "Que bem que canta!, Que bem que canta!". Nem se chega a aprender a diferença que vai do canto ao choro. Pois um pássaro encarcerado canta lá?!... Os pássaros cantam é nas linhas do telefone, nas árvores, nas beiras do telhado... Os grilos é na toca ou ao pé da serralha. Na gaiola choram. É o fado dos ferros."
Sebastião da Gama (1947). O segredo é amar
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2 de novembro de 2009
Cinéma
Fui ver os dois últimos filmes da festa do cinema francês. Dois, assim de seguida.
Mas não é a mesma coisa...
Sempre gostei do cinema francês que infelizmente passa pouco no circuito comercial das pipocas. Aprendi a ver cinema em francês. Como gosto da língua, habituei-me a quase não ler as legendas e ver muito mais filme.
Mais ce n'est pas comme d'habitude...
Um bom filme é muito melhor de mão dada e, mesmo quando somos capazes de perder uma ou outra cena do ecran, se calhar ganhamos a melhor parte do filme.
É que... um filme é quase sempre feito de vários filmes e parte-se em partes e apura-se em remakes.
Mas isso é mais quando estamos acompanhados no escuro, de mãos dadas e sentimos as vibrações um do outro e os olhos molhados quando calha.
Sozinho, é mesmo outra coisa.
Saudades, é o que é.
6 de maio de 2009
maio, maduro maio
Terras de Trás-os-Montes: quilómetros de prazer (*).
As viagens são sempre descobertas. Talvez porque sejam sobretudo viagens por dentro de nós.
Encontramo-nos com gente tão igual e tão diferente de outra gente e as conversas misturam-se em tempos diferentes da nossa vida.
Foi bom sentir o olhar no mesmo sentido. Por cima e para lá de todas as serranias. E encontrá-lo lá naquele sítio de insondável bruma a que chamamos infinito.
(*) Off posting:
Eu sei. Este slogan já foi usado e, os mais velhos lembrar-se-ão, por uma marca de cigarros. A publicidade procurava então associar o acto de fumar à condução de um automóvel, dois traços inegáveis de status, classe e distinção que ainda perduram, às vezes criminosamente. Continuo a ver muita gente que conduz e fuma e joga a beata à estrada. Uns quilómetros à frente, poderão ouvir na rádio a notícia de mais um fogo florestal, "provavelmente de origem criminosa", carregar no acelerador e suspirar de alívio: ainda bem que não é na nossa casa...
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23 de abril de 2009
Bomba relógio
Graças a invisível mão amiga, sentámo-nos há dias nos dois melhores lugares do CCB. Partilhámos, de mão dada, momentos extraordinários do espectáculo com a Cristina Branco. Confesso que sozinho talvez não fosse ver. Ficou-me sempre algum preconceito, eu sei, em relação ao fado, mas aqui até gostei de dois ou três fados.
O espectáculo, na base do último disco, Kronos, não é de fado. É música muito bem "esgalhada" e com alguns momentos verdadeiramente sublimes.
E nós ali, de mão dada, na primeira fila. E eu a fazer tremer a cadeira com o frémito da música. A trinta beats por beijo.
Há palavras que nos beijam porque são redondos vocábulos. O'Neil e Zeca na mesma voz. E também Sérgio Godinho.
o teu amor quando palpita
verdade seja dita
põe rastilho no meu peito
trinta batidas num só beijo
sem defeito
feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
o teu amor passa ao ataque
feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
eu à defesa ele ao ataque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio
o teu amor quando palpita
verdade seja dita
faz-me atrasar os ponteiros
como a ostra esconde a pérola
aos viveiros
feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o coração um baque
feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o corpo todo um baque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio
Bomba relógio (S. Godinho)
Canta: Cristina Branco
O espectáculo, na base do último disco, Kronos, não é de fado. É música muito bem "esgalhada" e com alguns momentos verdadeiramente sublimes.
E nós ali, de mão dada, na primeira fila. E eu a fazer tremer a cadeira com o frémito da música. A trinta beats por beijo.
Há palavras que nos beijam porque são redondos vocábulos. O'Neil e Zeca na mesma voz. E também Sérgio Godinho.
o teu amor quando palpita
verdade seja dita
põe rastilho no meu peito
trinta batidas num só beijo
sem defeito
feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
o teu amor passa ao ataque
feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
eu à defesa ele ao ataque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio
o teu amor quando palpita
verdade seja dita
faz-me atrasar os ponteiros
como a ostra esconde a pérola
aos viveiros
feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o coração um baque
feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o corpo todo um baque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio
Bomba relógio (S. Godinho)
Canta: Cristina Branco
7 de outubro de 2008
29 de julho de 2008
Al 'Buhera
Diz-se que aqui nomearam os árabes como "castelo do mar". Talvez assim fosse. No domingo a praça talvez ficasse apenas meia cheia ou nem tanto. Como a lua decrescente.
Guardei o brilho do teu olhar enquanto dançávamos as canções rancheras.
A Lila Downs estava tão entretida a cantar que nem notou nada.
Guardei o brilho do teu olhar enquanto dançávamos as canções rancheras.
A Lila Downs estava tão entretida a cantar que nem notou nada.
4 de dezembro de 2007
Design & Branding

Uma filha entra verdadeiramente na idade adulta quando atende o telefone e diz com voz de empresária:
Agora não posso falar, estou com clientes.
E depois liga mais tarde por sua iniciativa.
Torço para que tudo corra bem.
Fico feliz com os seus sucessos.
E pai orgulhoso.
30 de outubro de 2007
Outonomia
Vens lembrar-me o tempo em que nascem coisas belas.
E semeias assim as palavras que são sementes e depressa se incendeiam em flor.
Obrigado.
Já flutuavas aqui sobre a terra e sobre o mar há uns dias e ainda não tinha escrito nada. E não sei que palavras bastem para o gosto que as tuas me dão.
Leio-te nas cores todas, mesmo que risque pouco.
Eu pensava que já sabia umas coisas de blogues...
Ainda não descobri como é que se faz um post com o cheiro da terra húmida e das frutas e dos salgueiros dos rios e dos ventos do levante e dos doces de mãe e do pão quente e da serra e do mar...
Vê lá se me ensinas.
Tenho esperança que nasça aqui uma acácia rubra.
E semeias assim as palavras que são sementes e depressa se incendeiam em flor.
Obrigado.
Já flutuavas aqui sobre a terra e sobre o mar há uns dias e ainda não tinha escrito nada. E não sei que palavras bastem para o gosto que as tuas me dão.
Leio-te nas cores todas, mesmo que risque pouco.
Eu pensava que já sabia umas coisas de blogues...
Ainda não descobri como é que se faz um post com o cheiro da terra húmida e das frutas e dos salgueiros dos rios e dos ventos do levante e dos doces de mãe e do pão quente e da serra e do mar...
Vê lá se me ensinas.
Tenho esperança que nasça aqui uma acácia rubra.
7 de outubro de 2007
Hoje
Pode ter sido pelo caminho da pele que chegámos para ler nos olhos um do outro coisas que nem um nem outro sabíamos lá haver.
Mas os dedos nasceram lá longe e andaram errantes por aí carregados de estórias e de repente (não mais que de repente, diria o poeta) souberam-se ávidos de abraços.
E os abraços cresceram com outros abraços e também no abraçar das belezas do mundo. E foram viagem e alegria e festa e força regeneradora quando algo em nós adoecia.
Foi bom voltar aos beijos de areia e mar
Mas os dedos nasceram lá longe e andaram errantes por aí carregados de estórias e de repente (não mais que de repente, diria o poeta) souberam-se ávidos de abraços.
E os abraços cresceram com outros abraços e também no abraçar das belezas do mundo. E foram viagem e alegria e festa e força regeneradora quando algo em nós adoecia.
Foi bom voltar aos beijos de areia e mar
3 de setembro de 2007
Hoje a tristeza é Clara
Há coisas com as quais ainda não sei lidar. Não sei se aprenderei. Se viverei tempo suficiente para isso.
Que se faz quando se recebe um sms assim: A Clara está em fase terminal, pouco mais há a fazer do que proporcionar-lhe uma partida digna e com o menor sofrimento (...) ?
Que se faz quando Clara nos transporta até à infância e adolescência (aos lugares da infância, pois é...) com o seu olhar vivo e inquieto (não me recordo se alguma vez lhe disse que me lembrava um olhar de rato) num tempo em que a liberdade tinha que ser inventada?
Só consegui responder ao fim de meia hora. Que tristeza... Dou-vos o meu abraço solidário e amigo.
Que se faz quando se recebe um sms assim: A Clara está em fase terminal, pouco mais há a fazer do que proporcionar-lhe uma partida digna e com o menor sofrimento (...) ?
Que se faz quando Clara nos transporta até à infância e adolescência (aos lugares da infância, pois é...) com o seu olhar vivo e inquieto (não me recordo se alguma vez lhe disse que me lembrava um olhar de rato) num tempo em que a liberdade tinha que ser inventada?
Só consegui responder ao fim de meia hora. Que tristeza... Dou-vos o meu abraço solidário e amigo.
27 de agosto de 2007
Muito que contar
22 de junho de 2007
Flor nascente
Pode ser aqui?
e soltam-se pétalas que ele leva até à foz
por isso me cheiras a rio e flor
a serra e a mar
na nascente a água é pura
e
diz-se por ali
que quem dá de beber a quem ama
pela concha da própria mão
faz um pacto de amor
capaz de resistir aos maiores quebrantos
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16 de abril de 2007
dias felizes
O crepúsculo matinal eleva das águas da lagoa uma delicada bruma de encanto
E o rio ali largo como a cumplicidade dos olhares todo a avançar-se para eles
Têm que partir porque lhes doem os ossos de tanto serem esmagados por esta beleza
São mar e rio e desaguam simultaneamente um no outro na magia das marés
São vale e arribas sendeiros planalto Gaivota que pedala e pede alma até o'neil
E sempre vigiadas de perto por um cão chamado bruno que ladra por dever de ofício mas que é mais dado a reflexões silenciosas
Acho que um dia destes o bruno vem aqui contar tudo como deve ser
Como deve ser
Digo eu
E o rio ali largo como a cumplicidade dos olhares todo a avançar-se para eles
Têm que partir porque lhes doem os ossos de tanto serem esmagados por esta beleza
São mar e rio e desaguam simultaneamente um no outro na magia das marés
São vale e arribas sendeiros planalto Gaivota que pedala e pede alma até o'neil
E sempre vigiadas de perto por um cão chamado bruno que ladra por dever de ofício mas que é mais dado a reflexões silenciosas
Acho que um dia destes o bruno vem aqui contar tudo como deve ser
Como deve ser
Digo eu
8 de abril de 2007
agarrar a lua
Há coisas impossíveis de sonhar São só desejo nascido no horizonte quando apenas se contempla o rasto crepuscular Uma luz que faltava para dissolver o ritmo programado dos dias
Há coisas difíceis de agarrar Quando pensamos ter lá chegado parece que mudaram de sítio Chocamos com a sombra Ou com o reflexo que afogamos na água
Há coisas que não se repetem Inútil ficar à espera
É preciso nadar e salvar o poema
A propósito da Estória do gato e da lua E outras estórias inacabadas
http://www.youtube.com/watch?v=LrPKYf--Rmw
(agradeço à amiga helena o envio por mail)
Há coisas difíceis de agarrar Quando pensamos ter lá chegado parece que mudaram de sítio Chocamos com a sombra Ou com o reflexo que afogamos na água
Há coisas que não se repetem Inútil ficar à espera
É preciso nadar e salvar o poema
A propósito da Estória do gato e da lua E outras estórias inacabadas
http://www.youtube.com/watch?v=LrPKYf--Rmw
(agradeço à amiga helena o envio por mail)
16 de março de 2007
lágrima

Pensei isto tudo porque li no troll que me levou até à notícia do choroso estudo
Eu fui educado para não chorar Porque os homens não choram Mas cedo me revelei um verdadeiro caso de insucesso educativo E caiam-me gotas nas páginas dos livros e borrava a escrita a tinta nos cadernos No cinema era bom Ninguém via no escuro O pior era assim o intervalo inesperado
Na verdade levei muitos anos a aceitar este meu insucesso Agora choro quando a alma me pede Ou sempre que as emoções não cabem dentro das palavras Ou quando cabem tão bem que até apetece chorar
Enfim
Já vivi a experiência de chorar em vários sítios e confesso que gostava de poder experimentar em punta arenas ou em ilhas mais próximas e mornas ou na baía de luanda ou numa praia de goa
Se tudo isto coincidir com o que acontece exactamente com outro homem Pode não ser coincidência É que somos muito íntimos e às vezes vestimos a pele um do outro
Numa pesquisa no google sobre lágrimas o que mais aparece são mulheres a chorar
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