José Saramago morreu hoje e deixou-nos mais pobres.
A magia com que levantava as palavras deixou em mim, leitor, um rasto de lucidez para todas as leituras.
Sempre chegaremos ao lugar onde nos esperam. Escreveu um dia.
Ainda tenho umas coisas para ler...
Hoje é o ano da morte de Saramago.
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago Os Poemas Possíveis
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