11 de junho de 2007

portugal não leves a mal





A ~CC~ escreve muito e bem onde ninguém lê e comenta a visita do excelentíssimo à terra da beira do sado ou seja mais ou menos aquém deserto A maria das dores apesar de muito dorida com as finanças da municipais parece que não olhou a despesas para receber o senhor e o seu séquito militar e civil e mais quinhentos convidados para o faustoso almoço

Isto está tudo bem Afinal é dia de portugal e a pátria merece tudo Ou quase

Mas o melhor da festa parece que foi mesmo a leitura dos lusíadas assim naquele estilo relatório e contas que seguramente fará carreira na tendência estética neoliberal É verdade que segundo dizem aproveitou para fazer uma revisão em baixa substituindo "edificaram" por "identificaram" o que só lhe fica bem em tempos de contenção económica Edificar fica muito mais caro que identificar e é preciso pensar que temos que edificar o aeroporto da ota em alcochete e o comboio tgv numa linha qualquer das berlengas

Tenho pena que o excelentíssimo senhor não tivesse ficado ali a ler os cantos todos (quantos?) o que daria provavelmente para dois mandatos e a criar novas versões Gostaria de o ver chegar a esta parte



Oh! Que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Milhor é exprimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode exprimentá-lo.


Imagino que soaria bem embora o manuel maria

Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu quando os cotejo!


e o sebastião
Meu país desgraçado!...
E no entanto há Sol a cada canto


que ele também fez o favor de convidar se mijassem a rir se lá tivessem ido





Confesso que às vezes partilho do desalento do poeta luis vaz

Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Düa austera, apagada e vil tristeza.

Enfim Gentes de portugal no seu melhor


Imagens pescadas com o google algures na Lei do funil

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