16 de agosto de 2005

Poema, ou faz-de-conta, e dedicatória também, mais ou menos a roçar o principalmente









(aos minutos surreais)




E tropeçaram pois
num sentimento em forma de assim
(diz ele)
a revolver os dias de manufacturas
inquietações.

Os amantes sabem pouco de profecias
e, por isso, entretêm-se
a olhara lua, o mar
(e a ponta dos dedos)
à espera de se acontecerem.

E, a conto,
tecem com as mesmas palavras
cortinas e vontades
sem saberem dos avessos
de silêncios impermeáveis.


(escrito [de en] contra a Poesia Completa de O'Neil, só para destrabalhar as coisas em concreto, a nove de agosto de dois mil e cinco)

4 comentários:

HFR disse...

...em Ode, Mira, claro. Abraço do Helder.

Anónimo disse...

frescos de água na tranquilidade dos assentos…
e um barco ali a pensar e a navegar dando a ilusão da espera…
sorrisos de rio num dia em nove de mês veraneante e verdejante
acontece assim vida em forma de presente com laços coloridos de festa
e abraços e mãos e olhos que se enlaçam na genuinidade de dar e receber…
acontece nascer assim… aconchegado em palavras abertas ao indizível …

Buganvília

Anónimo disse...

E o banco diz-se bote
E o banco julga-se bote
E o banco sente-se bote, tão só por o fitar
tem o sentir o ondear o boiar o deslizar
tem a ilusão de que o é, rígido e estanque
o banco diz-se livre. Mas a óptica tem estas ilusões, e, assim, todos somos a ilusão do que nos pensamos. Livres !!

***

Na ponta dos dedos
trago o Mundo
sinto o toque da saliva dos Deuses

Tenho, na ponta dos dedos os sentires
abafados no torpor dos olhares ... do Mundo

Vejo e sinto que não sinto
os sentires da ponta dos dedos

Vejo o ténue fio de prata que teci
ao luar de sonhos ... mas não o sinto
na ponta dos dedos

desfaço-me assim nos dedos de ti feito ponta de mim

EmPontas

Gregorio Salvaterra disse...

Ode, claro. Mira!
Abraço, Helder.

Talvez um dia saiba, Buganvília, dizer da memória da água...
Por ora, ando a ver se aprendo a descobrir as nascentes e a contemplar as fontes.
Que novo sorriso nasça a cada dia.
Beijo.


Formigueiro de água doce
e mais o seu empontável mundo:
O banco, se bem sentado e sonhado, pode ir bem mais longe que o bote. Bota isso na cabeça e continua a dedilhar ilhas tangíveis...
Desfaço-me em espuma.
E toma um beijo.