25 de setembro de 2010

Uma letrita capaz de mudar tudo...



Faltava-me ver e fui hoje. Acho que foi a primeira vez que me sentei sozinho numa sala de cinema e tirando um ou outro pormenor, o filme nem me deu tempo para pensar muito nisso.
Sabemos todos que o cinema tem esta magia de não nos mostrar apenas um filme. Enquanto vemos o que passa no ecran passam dentro de nós inúmeros filmes. Mas, até nisso O segredo dos teus olhos é um bom aliado e faz frequentemente isso com o espectador, não só nas narrativas sobrepostas como na forma. Também se reconhecem ali uma data de filmes (policial, acção, drama) e tão depressa parece cinema americano como europeu. Na realidade, este filme não inventa nada e também não é preciso para ser um grande filme que nos toca e agarra pelas nossas dúvidas íntimas.
Dos diálogos ficam-nos por vezes umas ideias bailarinas. A frase (cito de memória) pode mudar-se de tudo, menos de paixão é uma das emblemáticas, mas a que guardei foi a que diz se podes escolher as memórias que guardas fica com as boas.
O final é para mim impressionante. Numa espécie de paráfrase de cena final de filme policial revela-se, não o assassino que foi descoberto há muito, mas, numa síntese espectacular, como se pode mudar o medo em amor. Com a força de uma letrita corajosa o medo diz-se amor.

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