21 de abril de 2008

Abrilosto


Imagem da Agenda Cultural de Faro*


Ele há meses assim. É pena porque Abril é Abril. Sempre.

Há muito tempo aprendi com o Boris um certo jogo dos meses e logo me pus a inventar, entre brumários e semeadores, meses de quinze dias e duas semanas consoante as luas.
De Janarço a Febrosto podem decorrer apenas três marés e dois dias de chuva miudinha, por exemplo. O natal é em Dezembrulho por via das prendas e o mês de todos os encantos é mesmo o Setembraio.

E tudo isto como forma airosa de não falar do turismo sénior na Madeira. Para não ficarmos mais encavacados com senhor que só traz bom tempo amais a sua dilecta senhora que não gosta de números. O que lembra um outro divertido casal que na primeira vez que lá foi, depois da última em que lá tinha estado, fez idêntica figura, aquando da inauguração do chafariz no largo da igreja.
Mas isso foi antes de Abril.

*O 31 de Abril foi descoberto pela Sofia

17 de abril de 2008

Paradoxos



MUPI = Mobiliário Urbano Publicitário Informativo

Esta mobília não se mexe porque está agarrada ao chão.
Ocupa mais de metade do passeio.
Tapa a visibilidade nos cruzamentos.
São uma verdadeira praga urbana.
Deviam informar a quem é que a gente se queixa disto.
Já agora

14 de abril de 2008

Primavera. A verdadeira. A primeira

Hoje acho que fui mesmo à primavera.
Uma segunda feira de primeira.
Afinal, não é preciso muito para se ser feliz.

Há muitas razões para achar estranhos os homens que apanham conchas. Li um dia.
O seu pensamento parece muitas vezes ser tão consistente como o desenho das ondas ou as pegadas que deixam na maré baixa. Mas isso deve ser do desejo constante de voar.
Depois misturam o cheiro da maresia com o da cama de estevas e espalham esse aroma pelos caminhos. E vão.

10 de abril de 2008

Madrugadas de chuva

Acordo frequentemente com o vento nas persianas e dos silvos da avenida molhada.
Vou até ao outro lado da cama colher um abraço que não mora ali.
No entanto, jurava que tinha sentido o teu respirar no meu ombro.
Volto a adormecer como se nos tivéssemos beijado.

3 de abril de 2008

Os dias assim

São de acordar cedo e imaginar uma primavera de pele.
É a luz que vai perdoando as saudades quando a ausência já doi.