6 de janeiro de 2005

Pê... de Palavra-Pedra

Ao anoitecer brincamos às cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo um universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Alberto Caeiro


Ali na praia, virada ao sul da ilha, o sol de inverno riscava o espelho frio e rugoso. As ondas joeiravam roladinhos de lava cantante a milhares de vozes. Ainda não consegui convencer ninguém, mas tenho a certeza que ouvimos entoar o nome de alguém em quem pensemos, sobretudo se estivermos a sentir uma grande saudade. Está mesmo a dizer...
E quase me distraía do que estava laboriosamente a fazer. Escolher, entre tantos milhares, aquelas cinco pedrinhas que vou levar e que contarão esta estória por inteiro.

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