Só o mar das outras terras é que é belo.
Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca...
O marinheiro. F. Pessoa (*)
Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca...
O marinheiro. F. Pessoa (*)
Sabes? Também eu um dia descobri que pelo Tejo se ia para o Mundo. Muito antes de descobrir este universo do Pessoa(s) já sonhava com este partir e ficar, esta divisão entre a aventura e a conformidade e uma eterna saudade do futuro. Um dia parti donde já tinha partido tantas vezes e fiz-me marinheiro, mas foram mais as vezes que fiquei em terra com medo das tempestades que dizem que há no mar do que aquelas em que verdadeiramente embarquei. E isso tornou-se hábito e rotina escrito nas cartas de marear e diários de bordo ficcionados. Muitas vezes me esqueci de mim, dos que me importam; esqueci-me da verdade, da justiça e até do amor...
Sabes? Há tempos comecei a recuperar a memória. Essa memória de mim. Voltei a achar belo o Tejo da minha aldeia, a forma como nos devolve a luz ao pôr do sol e o eco da passarada nos salgueiros...
Virá a maré e será boa a que escolher. Escuto as gaivotas.
Obrigado pelo abraço.
(*) A peça de teatro O Marinheiro vai estar de novo em cena dentro de dias em Loulé, pelo TAL (Teatro Análise de Loulé) numa encenação de José Teiga, velho companheiro de Laboratório
1 comentário:
Mais um, daqueles :)
Bonito o que escreveste.
~CC~
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