Há dias assim. O corpo cola-se à horizontal e só pede para ser embalado por uma onda mansa só para equilibrar esse mareio de cabeça que volta nas suas intermitências, ainda que muito mais doce.
Deve ser de dormir pouco. Explico-me assim eu que tenho a mania de desenvolver teorias sobre todas as coisas. Sobretudo durante aquele tempo matinal entre o sono que se foi e o acordar que ainda não chegou. Ou então, outra teoria, estarei a sicronizar-me com os ciclos. Assim como que por contágio, por simpatia.
Sei que há dias em que nos sentimos com menos energia e talvez devêssemos deixar-nos quietos ali a aboborar, mas isso raramente acontece porque há outros que precisam de nós, esperam por nós, esperam de nós, mesmo que seja apenas uma palavra, um sorriso, uma mão.
Curiosamente, é essa acção que também nos anima e activa a energia que julgamos não ter.
Há dias em que precisamos mesmo de ser abraçados ao acordar. E assim, a sonhar com o abraço, com a pele, acorda-se a força para abraçar mais e o ânimo para partilhar, somar e multiplicar, mesmo sabendo que nos espera um dia difícil.
Podia arranjar várias teorias explicativas para este estado de alma, mas parece-me que tudo isto se deve ao facto de estar cheio de saudades tuas.
2 de julho de 2008
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1 comentário:
Dias assim em que um abraço nos pode salvar do mundo ou nos pode salvar para o mundo. Dias em que um abraço é o abrigo que nos protege de todos os ventos. Dias em que podes ser tu o abrigo.
~CC~
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