10 de janeiro de 2007
pela pele é que vemos....
Como num sonho, armo as estruturas de um diálogo que só se pode ter do outro lado do espelho. Aí, já a outra de mim vestiu essa pele que aceita as máscaras e olha-me nesse olhar cheio e manso e consentido ao espectacular privilégio da primeira espectadora de mim.
Escrito a outro despropósito legendário de uma foto de T.Veríssimo em 2002-11-07
Pintura de Pablo Picasso La Femme au miroir
Há coisas que serão feitas lentamente como o amadurecer das uvas Os bagos não amadurecem ao mesmo tempo Os mais precoces apuram-se enquanto esperam por algum mais serôdio Só depois se pode iniciar a vindima que como se sabe termina no dia da lavagem dos cestos se não chover antes
É assim também o diálogo do actor ao espelho enquanto despe o personagem A persona às vezes cola-se e é doloroso arrancá-la
Eu nunca contei gaivotas Elas é que me contam estórias e me fazem pensar As gaivotas As pessoas O vento As ondas As estrelas e tudo o que mexe e vive e fala e canta Conta
Vindimarei Vim de maré
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1 comentário:
Muito tempo depois mas nunca tarde demais. Desta vez é a primeira em que a escrita neste lugar ocorre com uma janela para dois castelos. Se formos rigorosos como na contagem das gaivotas, um deles é uma fortaleza. Mas o mais importante é que se sente o mar na pele.
~CC~
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