16 de maio de 2006

És minha

(...)
Vem, serenidade,
e faz que não fiquemos doentes, só de ver
que a beleza não nasce dia a dia na terra.

E reúne os pedaços dos espelhos partidos,
e não cedas demais ao vislumbre de vermos
a nossa idade exacta
outra vez paralela ao percurso dos pássaros.

E dá asas ao peso
da melancolia,
e põe ordem no caos e carne nos espectros,
e ensina aos suicidas a volúpia do baile,
e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem,
e não apagues nunca o fogo que os consome,
o impulso que os coloca, nus e iluminados,
no topo das montanhas, no extremo dos mastros,
na chaminé do sangue.
(...)
Serenidade és minha. Raul de Carvalho

Às vezes é preciso juntar alguns dias mais mansos para fazer uma verdadeira praia Mesmo sem outro mar que não o da tranquilidade do luar maior Sem outra areia que não aquela que enche as camionetas da memória
E somos riso e faca Veludo e aço Ácido mel Feira e remanso
E o tempo é marcado pelos ponteiros das conversas Pela batimetria dos silêncios
Pelas cores herdadas da Maria Helena Pela carta de Sena e pelo mundo que só é nosso apenas pela obrigação de o salvarmos

Afinal é possível passar ao lado da meta-maternidade da selecção nacional

1 comentário:

Anónimo disse...

Paz, Calma.
É concerteza
serenidade!

Um momento de
extraordirara beleza.

Fortaleza