2 de março de 2010

Eu até sei o verdadeiro nome do Miguel Torga

Se quiseres eu digo-te, ó PPM e amanhã fazes mais uma manchete na primeira página.
O jornali põe hoje na primeira página uma grande revelação (já me fugia a verve para a sarjeta onde anda muito jornalista a beber e ia escrever refelação, porque a coisa parece mesmo encomendada e o "jornalista" não se fez rogado) mercê de uma laboriosa investigação que o caso não é para menos. Um autor de blogue que frequento diariamente há alguns anos que a Judiciária e a Interpol já tinham desistido de encontrar é finalmente descoberto. Boa!
Em resumo, este Paulo do i veio dizer na primeira página do jornal (é jornal?) uma coisa que uma data de gente sabe e que não interessa à maioria, é despropositada porque foi notícia há quase dois anos e ainda por cima erra nos factos, lança insinuações obscuras e apesar de ter contactado o visado, não usa o contraditório. O jornali acolhe um verme destes e pode ser que o papel que vendeu hoje seja pago com juros nas futuras tiragens. A não ser que passe a revelar em cada dia quem esteve por detrás dos heterónimos de Fernando Pessoa, porque parece que ainda há uns quantos portugueses que não sabem.
A mim só me apetece gozar com esta canalhice, mas o assunto é sério porque surge dentro de um caldo de bufaria pidesca de que poucos na comunicação social escapam. Acham que vale tudo para quem tem o poder de colocar todo o tipo de informação na rua. Estamos na devassa completa ao serviço de um clima de golpe de estado. E ainda reclamam que há atropelos à liberdade de expressão! Isto não tem nada a ver com liberdade de expressão é pura infâmia, banditismo e falta de um pingo de vergonha na cara.
O Jumento é um pseudómino de alguém que optou por não expor o seu verdadeiro nome. Muita gente o tem feito e continua a fazer, não porque tenham medo de dar a cara ou se queiram esconder atrás de um anonimato para fazer o que nunca fariam de cara descoberta. O Jumento é claramente um caso destes e conseguiu um lugar de respeito na blogosfera portuguesa, o que não significa que não erre (às vezes o português não é do melhor e comete erros imperdoáveis), mas também já errar e depois assumir o erro e repor a verdade. Mesmo que não esteja de acordo com alguma das suas posições, aplaudo sem hesitações a coerência, o espírito crítico, a independência nos juízos que faz, a honestidade intelectual, características que gostaria de ver nos jornais escritos e falados que ainda por cima pago para ler e ouvir.

Acho verdadeiramente que ao i sai o tiro pela culatra e espero que "jornalistas" destes acabem a lavar escadas (exteriores, porque ninguém lhes confiará a chave para entrar em casa) e jornais assim que por opção (ou sobrevivência, sei lá...) passam à categoria de pasquim, nem para embrulhar castanhas. O Jumento nem sequer precisa dessa publicidade. Deve ser mais lido que o i.


Aqui só para nós PPM, já descobriste o verdadeiro nome do autor da Pedra Filosofal?
Se precisares de ajuda, já sabes...

Sem comentários: