Um documento secreto do Vaticano, elaborado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, o actual Papa, terá sido utilizado durante 20 anos para instruir os bispos católicos sobre a melhor forma de ocultar e evitar acusações judiciais em caso de crimes sexuais contra crianças.(...) o documento de 39 páginas, escrito em latim em 1962 e distribuído pelos bispos católicos de todo o mundo, impõe um pacto de silêncio entre a vítima menor, o padre que é acusado do crime e quaisquer testemunhas ou pessoas a par do ocorrido. Quem quebrasse esse pacto seria excomungado pela Igreja Católica.
Tem sido notícia o pedido de desculpa do papa Ratzinger às vítimas de abusos sexuais por parte de padres católicos. Para muita gente isso constitui uma boa acção e um sinal de que este papa provoca uma mudança com o que tem sido a prática da hierarquia católica face à pedofilia e abusos sexuais a que têm sido sujeitas inúmeras crianças colocadas à guarda de instituições dessa igreja ou à confiança dos padres. Contudo, o que se sabe hoje dá razões para pensar que estamos em presença de mais uma tentativa de branqueamento do crime continuado de um grande número de padres, como ainda, e talvez isso seja o mais relevante, da cumplicidade e protecção da organização ao mais alto nível, ou seja, o próprio Ratzinger.
Os abusos sexuais de menores não são, infelizmente, uma prática exclusiva da igreja católica. É verdade que noutro tipo de organizações, do Estado incluídas, tem acontecido e tem movido a cumplicidade de muitos responsáveis na sua ocultação e obstrução à justiça. O que aconteceu na Casa Pia é um exemplo em cujo julgamento ficam de fora todos os responsáveis que durante décadas, tendo conhecimento se calaram, com o objectivo de proteger a instituição. O mesmo faz a igreja católica. Em todas as situações, isso não diminui o crime. Acrescenta-o.
Acho que no caso da Casa Pia, deviam estar em julgamento todos os responsáveis que no exercício dos seus mandatos silenciaram os crimes e no caso da igreja católica, o mesmo.
O estado do Vaticano continua a ocultar padres americanos acusados de crimes sexuais, numa espécie de asilo político, que os impede de serem julgados nos Estados Unidos.
E o papa continua a atirar água benta para os olhos do mundo.
22 de março de 2010
18 de março de 2010
"Então porque não voas?...
... Então tu olhaste, depois sorriste..."
E eu a misturar canções do Sérgio, com memórias de noites passadas e depois chego e leio-te e a tua escrita também me parece uma canção. A várias vozes. Polifonia sem fronteiras quando se é fronteira aberta para todos os pólos.
Um passeio de bicicleta... À beira ria. Que bom se ria.
O Sérgio já não canta como cantava, mas continua a surprender na forma como se liga a músicos jovens e veste de novas linguagens velhas cantigas. Ouvir e cantar hoje que "só há liberdade a sério quando houver: a paz, o pão, habitação, saúde, educação" também ganha novos sentidos. Não é só nostalgia e revivalismo.
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
E eu a misturar canções do Sérgio, com memórias de noites passadas e depois chego e leio-te e a tua escrita também me parece uma canção. A várias vozes. Polifonia sem fronteiras quando se é fronteira aberta para todos os pólos.
Um passeio de bicicleta... À beira ria. Que bom se ria.
O Sérgio já não canta como cantava, mas continua a surprender na forma como se liga a músicos jovens e veste de novas linguagens velhas cantigas. Ouvir e cantar hoje que "só há liberdade a sério quando houver: a paz, o pão, habitação, saúde, educação" também ganha novos sentidos. Não é só nostalgia e revivalismo.
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
10 de março de 2010
Coisas da escola
Há dois meses vim (regressei) para a minha escola e à vida docente de que estive afastado tempo demais. Utilizo este período de dispensa de actividade lectiva para integração, actualização e socialização com os diferentes actores desta cena.
Tenho partilhado com um colega um gabinete acanhado, com uma janela onde não bate o sol que dá para um páteo relvado com alguns choupos limitado pela parede do edifício do auditório que trava a vista logo ali.
Hoje mudei para outro gabinete, virado para o sol e para a água.
Tenho partilhado com um colega um gabinete acanhado, com uma janela onde não bate o sol que dá para um páteo relvado com alguns choupos limitado pela parede do edifício do auditório que trava a vista logo ali.
Hoje mudei para outro gabinete, virado para o sol e para a água.
Mesmo com longos períodos de contemplação, a tarde foi mais produtiva que muitos dias inteiros. Se calhar foi porque fiquei até mais tarde embalado pelo cair do sol.
8 de março de 2010
2 de março de 2010
Eu até sei o verdadeiro nome do Miguel Torga
Se quiseres eu digo-te, ó PPM e amanhã fazes mais uma manchete na primeira página.
A mim só me apetece gozar com esta canalhice, mas o assunto é sério porque surge dentro de um caldo de bufaria pidesca de que poucos na comunicação social escapam. Acham que vale tudo para quem tem o poder de colocar todo o tipo de informação na rua. Estamos na devassa completa ao serviço de um clima de golpe de estado. E ainda reclamam que há atropelos à liberdade de expressão! Isto não tem nada a ver com liberdade de expressão é pura infâmia, banditismo e falta de um pingo de vergonha na cara.
O Jumento é um pseudómino de alguém que optou por não expor o seu verdadeiro nome. Muita gente o tem feito e continua a fazer, não porque tenham medo de dar a cara ou se queiram esconder atrás de um anonimato para fazer o que nunca fariam de cara descoberta. O Jumento é claramente um caso destes e conseguiu um lugar de respeito na blogosfera portuguesa, o que não significa que não erre (às vezes o português não é do melhor e comete erros imperdoáveis), mas também já errar e depois assumir o erro e repor a verdade. Mesmo que não esteja de acordo com alguma das suas posições, aplaudo sem hesitações a coerência, o espírito crítico, a independência nos juízos que faz, a honestidade intelectual, características que gostaria de ver nos jornais escritos e falados que ainda por cima pago para ler e ouvir.
Acho verdadeiramente que ao i sai o tiro pela culatra e espero que "jornalistas" destes acabem a lavar escadas (exteriores, porque ninguém lhes confiará a chave para entrar em casa) e jornais assim que por opção (ou sobrevivência, sei lá...) passam à categoria de pasquim, nem para embrulhar castanhas. O Jumento nem sequer precisa dessa publicidade. Deve ser mais lido que o i.
Aqui só para nós PPM, já descobriste o verdadeiro nome do autor da Pedra Filosofal?
Se precisares de ajuda, já sabes...
O jornali põe hoje na primeira página uma grande revelação (já me fugia a verve para a sarjeta onde anda muito jornalista a beber e ia escrever refelação, porque a coisa parece mesmo encomendada e o "jornalista" não se fez rogado) mercê de uma laboriosa investigação que o caso não é para menos. Um autor de blogue que frequento diariamente há alguns anos que a Judiciária e a Interpol já tinham desistido de encontrar é finalmente descoberto. Boa!
Em resumo, este Paulo do i veio dizer na primeira página do jornal (é jornal?) uma coisa que uma data de gente sabe e que não interessa à maioria, é despropositada porque foi notícia há quase dois anos e ainda por cima erra nos factos, lança insinuações obscuras e apesar de ter contactado o visado, não usa o contraditório. O jornali acolhe um verme destes e pode ser que o papel que vendeu hoje seja pago com juros nas futuras tiragens. A não ser que passe a revelar em cada dia quem esteve por detrás dos heterónimos de Fernando Pessoa, porque parece que ainda há uns quantos portugueses que não sabem.A mim só me apetece gozar com esta canalhice, mas o assunto é sério porque surge dentro de um caldo de bufaria pidesca de que poucos na comunicação social escapam. Acham que vale tudo para quem tem o poder de colocar todo o tipo de informação na rua. Estamos na devassa completa ao serviço de um clima de golpe de estado. E ainda reclamam que há atropelos à liberdade de expressão! Isto não tem nada a ver com liberdade de expressão é pura infâmia, banditismo e falta de um pingo de vergonha na cara.
O Jumento é um pseudómino de alguém que optou por não expor o seu verdadeiro nome. Muita gente o tem feito e continua a fazer, não porque tenham medo de dar a cara ou se queiram esconder atrás de um anonimato para fazer o que nunca fariam de cara descoberta. O Jumento é claramente um caso destes e conseguiu um lugar de respeito na blogosfera portuguesa, o que não significa que não erre (às vezes o português não é do melhor e comete erros imperdoáveis), mas também já errar e depois assumir o erro e repor a verdade. Mesmo que não esteja de acordo com alguma das suas posições, aplaudo sem hesitações a coerência, o espírito crítico, a independência nos juízos que faz, a honestidade intelectual, características que gostaria de ver nos jornais escritos e falados que ainda por cima pago para ler e ouvir.
Acho verdadeiramente que ao i sai o tiro pela culatra e espero que "jornalistas" destes acabem a lavar escadas (exteriores, porque ninguém lhes confiará a chave para entrar em casa) e jornais assim que por opção (ou sobrevivência, sei lá...) passam à categoria de pasquim, nem para embrulhar castanhas. O Jumento nem sequer precisa dessa publicidade. Deve ser mais lido que o i.
Aqui só para nós PPM, já descobriste o verdadeiro nome do autor da Pedra Filosofal?
Se precisares de ajuda, já sabes...
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