8 de janeiro de 2010

Bom ano!

2010 é um ano tão redondo!
Eu até diria que é um bom ano para lançar sementes, cultivar desejos, abraçar projectos...

Elas adoram as séries da FoxLife que a Zon dá no pacote básico. O Meo deve ter tido umas reclamações e há uns tempos começou a anunciar que em Janeiro o Meo já teria os canais Fox. E assim foi. No dia de ano novo foi uma grande felicidade a dissecar a Anatomia de Gray e a Clínica Privada, com os médicos a passar de uma série para a outra, enfim. Eu, talvez por já ter andado muito por dentro destas coisas da saúde incluindo serviços de urgências, não sou grande fã destas aventuras, fiquei também muito agradado com esta decisão do Meo de que sou cliente.
Afinal, a coisa não é bem assim. O Meo deu a FoxLife durante dois ou três dias e depois passou a um slide com a informação de compra do pacote dos canais Fox. Está mal. Eu desejoso de partilhar o sofá com elas e agora o Meo faz-me isto!


Foi hoje aprovada a lei que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Nunca compreendi porque é que gente de esquerda, revolucionária e comunista é tão apegada a uma instituição que ao longo dos séculos tem tido fundamentalmente como finalidade assumida o emparcelamento e transmissão da propriedade. Há pouco mais de um século a crescente predominância burguesa trouxe o amor para o casamento, mas não alterou muito o essencial da sua natureza. Mas, pronto, são convenções sociais e aprendemos a viver com elas.
As religiões que sempre tiveram o seu poder e uma forma que têm de o exercer é através de uma espécie uma legitimação das diferentes instituições, sendo que muitas vezes essa ligitimação é a mais poderosa, se não, a única e ex clusiva. Na nossa cultura, a igreja católica pode "abençoar" os casamentos que quiser, ou recusar essa bênção quando entende que não se reunem as condições exigidas. Tudo muito certo, desde que se respeite o princípio da separação entre a igreja e o estado.
Não consigo entender toda esta movimentação das sacristias para o referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acho até ofensivo para a democracia que a senhora Pegado, lá porque reuniu 90 mil assinaturas, queira que isso valha mais que o Parlamento. Tem assinaturas suficientes, penso eu, para formar um partido, ir a eleições e depois sim. A petição só obriga a Assembleia a discutir o assunto e esgota-se aí uma vez recusada a proposta de referendo.
A Assembleia decidiu e, quanto a mim bem, acabar com a discriminação. É um passo importante, mas este caminho está longe de ter terminado. Os homossexuais têm razão para festejar, mas falta ainda a promulgação da lei. É claro que o Cavaco vai vetar. E basta-lhe a invocação da inconstitucionalidade da norma que exclui a adopção. Nem precisa de se expor ao veto político que seguramete usará se necessário.
O PS fez mal. Isto faz-me duvidar da bondade das suas intenções. A questão da adopção não tem que ser para aqui chamada. Por um lado, a homens e mulheres homessexuais não está legalmente vedada a possibilidade de adoptar uma ou mais crianças, por outro, os mecanismos da adopção já, em princípio, protegem aquilo que é essencial que é o suprerior interesse da criança, independentemente dos interesses dos candidatos à adopção. Em princípio... escrevi ali atrás.
Portanto, ou eu não estou a perceber nada disto ou, o PS faz aprovar uma coisa justa e boa, mas armadilhada. Ou seja, a ser assim, uma boa maneira de sair de bem com deus e com o diabo.

Um bom e justo ano de blogandança

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