15 de novembro de 2009

Teorias (II)


Há dias, no meio de um texto tropecei nuns gravetos de uma teoria com um nome intrigante. Assim, apenas pelo seu nome bootstrap theory pouco se fica a saber, e bem tentei capturar o significado da expressão e tentar arranjar uma equivalente em português. Em vão. Apenas consegui dar mais umas marteladas na autoestima e acrescentar mais uns quilómetros ao infinito da minha ignorância. Mas, pronto, isto tem sempre um lado positivo ( a gente tem que sobreviver de qualquer modo à depressão súbita) e tomei consciência de quão ignorante sou em matéria de física quântica, sistemas informáticos, estatística, filosofia, sociologia, economia, e até (vejam bem) em estratégias para vencer na vida.

Pelo que li e vi e pensei (sem ser necessariamente por esta ordem ou outra qualquer) o termo bootsrap presta-se às mais diversas metáforas. Bootstrap é (num dos muitos significados) o nome daquela espécie de argola em couro que algumas botas têm e que serve para enfiar o dedo, puxar e ajudar a calçar. Em português também tem um nome. Chama-se aselha, uma pequesa asa. Aselha é também o que na gíria se chama a um indivíduo parco de habilidades, enrascado, labrego, totó. Quanto à teoria, fazendo uma síntese de toda esta profícua investigação acho que ficaria bem, até do ponto vista cultural, como teoria do desenrasca.

Não sei. Talvez até seja bem mais aselha do que penso. Mas há-de haver alguma explicação para o facto de um taxista na Suíça ter contas bancárias milionárias e um negociante de sucata oferecer mercedes pelo natal aos amigos.





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