15 de junho de 2008

Fruta de um domingo a sul





Vencida a vertigem (coisa pouca) levanto-me devagar e abro as portadas e encho-me de sol, logo ali. A meus pés balouçam vinhas verdes que se misturam com goiabas.


O sol faz saltar a fruta que amadurece ao seu ritmo.
A ritmos diversos, como as pessoas.
Como eu sinto também que me amadureço a tempos diferentes. E me sinto ainda verde, em tantas coisas (e salta-me aqui na lembrança algo que li ainda criança, atribuído a Paracelso que dizia mais ou menos assim: Aqueles que pensam que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo que as cerejas é porque nada sabem das uvas) e com tanto ainda para aprender.


É claro que penso isto como uma forma de dizer a mim próprio que ainda me sinto jovem e tal. Mas, por outro lado, sem aquilo que vivi e deixei amadurecer em mim, talvez não fosse capaz de o dizer.



Na mesma árvore há fruta completamente madura e outra que lá chegará se antes não cair ao chão com uma rabanada de vento mais forte.

Quando soube que tinhas falado em domingo como fruta fora de tempo amadurecida em estufa, já tinha colhido esta manhã de domingo para trazer aqui fruta da época temprada pelo sol.









Acho que depois da próxima lua cheia podemos comer pêssegos.




1 comentário:

CCF disse...

Que bonito está o quintal, parece maior pelas imagens. Tenho saudades de tomar lá o pequeno almoço e de apanhar limões, ainda hoje fui à loja comprá-los. E esta arte de colocar muitas fotografias e o texto a fazer-lhe companhia é coisa nova :)))
Fico à espera da lua.
~CC~