27 de julho de 2006

À brupta

O jpp anda muito aflito por causa dos há queres Parece que fizeram um falso abrupto De circulação limitada certamente A mim não me calhou nenhum Mas também não sei se o jpp que diz isto é o verdadeiro ou o falso Esta blogoesférica anda cada vez mais cúbica
Aqui ao menos não há esse problema O verdadeiro e o falso andam de mãos dadas sem se saber bem com que mão se coçam as partes ou o todo
Assim a gente nunca se engana nas múltiplas dúvidas que nos crescem na raiz dos cabelos

26 de julho de 2006

Contra a guerra






























Sem bombas
Vamos apenas mijar-lhes à porta

19 de julho de 2006

Sonetanso

Eu já tinha avisado
Se me chateia muito desato a sonetar a coisa num trotil poético

Estão a ouvir-me bem
Oi São















(capa do disco Sin Argumentos da banda de rock espanhola Sonotones)


Se um soneto te dá sono manso
que dizer de dois metros de discurso
capaz de anestesiar um urso
ou dar-lhe de guerreiro o descanso?

O pau que ao gato sem querer eu lanço
parte-se em desvios de percurso
e eu de mãos vazias sem recurso
corro um pouco e o sonho alcanço

Não me tragam mais canja discursiva
alinhada no simplex teleponto
já me cresce na tripa maré viva

Com tanto carroucel já fico tonto
já dei para o peditório e com iva
falta-me só cagar p’ra isto e pronto

18 de julho de 2006

10 em Bush!


Pela primeira vez concordo com aquele artolas O que ele diz entre duas tostas com manteiga Ou seja Atacando o qu'houver É muito bem dito Por isso merece 10

"A síria devia pressionar o hezbollah para que pare esta merda..."

Se tivesse acrescentado

"Os eu e mais a ue e mais a rússia e mais a china e mais o japão e mais a austrália e mais o brasil e mais o cacete deviam pressionar israel para pararem esta faquingue chite..."

Até poderia ter 20

10 de julho de 2006

Entre parentes


O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.

António Gedeão - Máquina do Mundo


Por isso é que o voar é sempre contínuo E atravessa tempos e fronteiras E desafia nuvens
Um dia fui ter lições de aprender e foi assim que fiquei a saber que já sabia Depois vi que afinal devagar era melhor Já só me falta aprender a parar
Por isso iniciei um calmíssimo programa de treinos por aquele rio acima e aquietar-me na sombra dos salgueiros E depois cruzar as planícies e as marismas entre mouros e celtas E entender que encontros e desencontros são apenas descompassos do aqui e do já
Por isso não me surpreende que o céu tenha tirado os véus pelo anoitecer
Vou estender as asas ao luar