27 de julho de 2005
日を累ね月を積む-武生
Equizenar-te?
「地蔵院」で毎月開講している松野宗純禅師(PHP全国友の会会長他)の人間学講座を、禅の智慧を経営に生かしたいと発心して聴講している一中小企業経営者のつたないノート。テキストは国民教育の父と称される森信三 著「修身教授録」を輪読。又、松野先生ファンの方へ先生の近況をお伝え出来ればと考えています。宮本武蔵「独行道」21箇条Tシャツ 吉川 壽一
Às vezes oiço vozes. Não, não dessas de que fala a DSM-IV. São vozes emergentes das cascatas sonoras dos dias e das noites. E também das vozes vozes que são dizeres e que depois se cruzam com o compasso dos motores, o apito do comboio, o drum 'n' bass laboral ou, ainda, o zurzir do vento e o fragor do mar...
E assim nascem palavras transgénicas.
22 de julho de 2005
Cânticos da lua cheia
Formosa és, amada minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém, imponente como um exército com bandeiras.
Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O teu cabelo é como o rebanho de cabras que descem pelas colinas de Gileade.
Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais cada uma tem gêmeos, e nenhuma delas é desfilhada.
As tuas faces são como as metades de uma romã, por detrás do teu véu.
Há sessenta rainhas, oitenta concubinas, e virgens sem número.
Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada; ela e a única de sua mãe, a escolhida da que a deu à luz. As filhas viram-na e lhe chamaram bem-aventurada; viram-na as rainhas e as concubinas, e louvaram-na.
Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, imponente como um exército com bandeiras?
Desci ao jardim das nogueiras, para ver os renovos do vale, para ver se floresciam as vides e se as romanzeiras estavam em flor.
Cântico dos Cânticos 6:5 a 6:11
Ontem corri atrás da lua espelhada no mar.
Encantei-me na Tavira Moura com a música das palavras e outras delícias.
20 de julho de 2005
Margens, j'arrive!...
De que noite demorada
Ou de que breve manhã
Vieste tu, feiticeira
De nuvens deslumbrada
De que sonho feito mar
Ou de que mar não sonhado
Vieste tu, feiticeira
Aninhar-te ao meu lado
De que fogo renascido
Ou de que lume apagado
Vieste tu, feiticeira
Segredar-me ao ouvido
De que fontes de que águas
De que chão de que horizonte
De que neves de que fráguas
De que sedes de que montes
De que norte de que lida
De que deserto de morte
Vieste tu feiticeira
Inundar-me de vida.
(Letra: Francisco Viana/Música: Luís Represas)
A noite quente soltava os corpos ao brilho da lua quase magna.
Tenho a certeza que à mesma hora estava a nevar sobre a marginal.
Dessa neve que não espera, na ânsia do derreter.
A água tem destas coisas...
E depois enrolo-me no feitiço que eu cá não sou de empatar feiticeiras.
19 de julho de 2005
Anepígrafo
A esta hora já deixei de sentir as dores do mundo, embora ele se doa e ao mesmo tempo se anestesie para não sentir. E já me quer parecer que a ruptura de um contrato pode doer mais que uma ruptura muscular e que um morto em Nova Yorque, Madrid ou Londres tem uma morte mais dolorosa que em Bagdad.
Vou acrescentar mais umas gotas e anestesiar todos os meus pedaços.
Despedaço-me, pois.
Mas sem dor.
12 de julho de 2005
Época balnear
A presença dos corpos perturba as conversas junto ao mar. Perturba em todos os sentidos. Perturba os sentidos.
Vou procurar outras falas.
Procurei numa agência de viagens o destino de férias Ribeira dos Milagres. Disseram-me que não existe. Mas é pena. Uma invasão de veraneantes este ano talvez mudasse aquilo que não se resolve há muitos anos. Que nenhum governo quer resolver. Nem nossa senhora de Fátima, nem o bispo de Leiria, nem o movimento pró-vida, nem o padre Borga, nem a Lili Caneças, nem o Quim Barreiros, nem o Luís Figo...
Não custa nada. À Ribeira dos Milagres vai-se pelo cheiro e pelo roncar de quatrocentos mil porcos e meia dúzia de mercedes dos reis do gado.
Boas férias.
7 de julho de 2005
G-Eight / G-Hate
Ma'qu'jeite!...
Levantaram-se em bandos com o estrondo, as gaivotas, ainda mal refeitas da noite mal dormida. Dizem-me que sentiram a terra tremer. Um pequeno sismo, assim como um suspiro de desalento do planeta a cismar sobre as poderosas conspirações.
E ainda há quem perca tempo em olímpicas disputas sobre qual das cidades merece o título de Capital da caca de cão!...
Se não houvesse gente a morrer à fome, a coisa até tinha piada...
Mas hoje já morreram bem mais do que cinquenta... e daqui a uns anos pouca gente se lembrará onde fica Quioto.
Olhá bolacha americana torraaaaaaaaaaada!...
6 de julho de 2005
30 anos
Ontem acho que não choveu naqueles dez granzin di terra.
A festa foi outra.
30 anos de independência com que de bom e de mau isso tem.
Pela noite dentro, ainda vi o meu amigo Djurumani a tentar fintar o destino e a lembrar-me o canto (tude drêto, ermon?).
Um abraço aos amigos de Cabo Verde.
E no cantar da Cesária:
La na ceu bo é uma estrela
Ki cata brilha
Li na mar bô ê uma areia
Ki cata mojá
Espaiote nesse monde fora
Sô rotcha e mar
Terra pobre chei di amor
Tem morna tem coladera
Terra sabe chei de amor
Tem batuque tem funaná
Passepartudo
Procuras Ítaca. Mas só há esse procurar.
Onde quer que te encontres está contigo
dentro de ti em casa na distância
onde quer que procures há outro mar
Ítaca é a tua própria errância.»
(Manuel Alegre)
Ajusto os headphones e tento sintonizar o canto das sereias em FM. Ao contrário de Ulisses só encontro o rumo quando me perco.
Os meus instrumentos de navegação e orientação são bastante precisos, mas volúveis. Há dias em que apontam para todas as direcções.
E estão certos!
5 de julho de 2005
Cerf volant - Cerf voleur
Quando isso acontecer, vai ser proibido lançar papagaios, brincar com coloridos vira-ventos e assobiar.
Mas haverá sempre alguém a semear palavras ao vento...
4 de julho de 2005
Ex-citação contrasenso
Agora completou-se o ritual de passagem. O meu amigo HFR (re)citou, com todos os preceitos, uma generosa posta de pescada.
E assim temos um blogue adulto, mas sem saber como se comportar.
Acho que vou pedir umas lições de etiqueta à doutora Paula Blogue-on.
Um abraço consenso.