Aetas: carpe diem,
quam minimum credula postero
(Odes, I, 11 – Horatius)
Fechei por um momento os olhos e recordei aquele sonho em que teimavas que eu aprenderia a voar contigo. Eu, temendo desiludir-te, ia-me esquivando, mas tu insistias e abrias argumentos em leque com que abanavas as minhas hesitações.
Não consegui, finalmente, resistir ao argumento sagital. Era porque querias muito.
E lá me explicaste como deveria fazer e, sobretudo, para não ter medo, porque só isso me poderia fazer cair. E assim foi. Elogiaste o meu voo e brincámos com aquela estória do Luís Sepúlveda de pôr um gato a ensinar uma gaivota a voar...
Achei que não ficaste muito satisfeita quando comecei a sugerir algumas correcções para melhorar a técnica.
Desculpa. É a minha natureza...
19 de abril de 2005
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3 comentários:
DÉJAME SUELTAS LAS MANOS... (Pablo Neruda)
Déjame sueltas las manos
y el corazón, déjame libre!
Deja que mis dedos corran
por los caminos de tu cuerpo.
La pasión -sangre, fuego, besos-
me incendia a llamaradas trémulas.
Ay, tu no sabes lo que es esto!
Es la tempestad de mis sentidos
doblegando la selva sensible de mis nervios.
Es la carne que grita con sus ardientes lenguas!
Es el incendio!
Y está aquí, mujer, como un madero intacto
ahora que vuela toda mi vida hecha cenizas
hacia tu cuerpo lleno, como la noche, de astros!
Déjame libres las manos
y el corazón, déjame libre!
Yo sólo te deseo, yo sólo te deseo!
No es amor, es deseo que se agosta y se extingue,
es precipitación de furias,acercamiento delo imposible,
pero estás tú,
estás para dármelo todo,
y a darme lo que tienes a la tierra viniste-
como yo para contenerte,
y desearte,
y recibirte!
De tudo do que sei
ficou esta circunstancia desviada e sem regresso
o sopro do nada sobre a tarde
O pavio apagado de uma vela que sucumbiu ao vento
e o cântaro de barro
que se partiu nas mãos
Nesse instante de soluço sem harpejo
quedou-se o gesto aquém de outra vontade
e tudo o que quisemos,
eternizou-se no desejo.
Seavota
( não é o contador)
Um olhar...
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