11 de março de 2005

Margens

Oh que mudo grito de ânsia põe garras na Hora!
Que pasmo de mim anseia por outra coisa que o que chora!

Fernando Pessoa

E eu que sou dado a destemperos de memória acordo com as mãos sujas por ter andado toda a noite a escrever o teu nome nas paredes.
Aprendi com as garças o cheiro da terra lavrada e a dança dos salgueiros ao vento na beira do meu rio. Aprendi a contar nas margens e hoje voltei lá e derramei-me.

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