Já carrego nervos a mais para a minha carroceria.
O Estado permite e ordena que me cobrem mais de cinco euros de taxa mensal de rádio e televisão quando eu para além de pagar tv por cabo e não ouvir a RDP porque a probabilidade de estar a transmitir um relato de futebol ou conversa sobre o dito deve rondar os oitenta por cento e o mesmo se passar com a televisão pública que para além disso ainda me dá missas e procissões. Mas noutros canais a coisa não melhora muito. Há dias este labrego da foto
e de seu nome muito artístico rui bandeira cantava a plenos pulmões num tó que xou:
ESTÃO A CHOVER ESTRELAS
ESTÃO A CHOVER ESTRELAS
ESTÃO A CHOVER ESTRELAS
assim mesmo e muito repetido não vá dar-se o caso de alguém não reparar. Impressionante. Isto foi gravado num estúdio e ouvido por muita gente aintes de sair. Possivelmente não estaria lá a senhora da limpeza. Daquelas mulheres que vieram da província apenas com a quarta classe das antigas mas que fazem melhor uso da língua que muitos licenciados em comunicação social. Alguém que reivindicasse assim: ó pá se as estrelas chovem eu também quero chover. porque é que eu não chovo pá?
Há uma semana atrás um sondagem revelava que mais de cinquenta por cento dos portugueses ainda não tinha qualquer opinião sobre o desempenho de cavaco como presidente da república. Não demorou muito para que o próprio viesse confirmar que cem por cento de cavaco não tem opinião sobre coisa nenhuma. Foi na visita ao hospital da estefânia no dia da saúde.
Perguntado sobre o que achava sobre o polémico encerramento de algumas maternidades o senhor professor presidente faz uma introdução em que explica que os cuidados de saúde têm vindo a melhorar ao longo dos tempos e quando se espera que diga realmente o que pensa (e as possibilidades politicamente correctas são imensas) remata sabiamente com a importância da educação para a saúde das nossas crianças. Pois.
Se bush serve para os americanos porque é que cavaco não haveria de servir para os portugueses.
Digna de estudo neurolinguístico é a expressão facial do ministro da saúde ali mesmo ao seu lado esquerdo e ligeiramente atrás. Esse sabe-a toda!
Parece que os técnicos de saúde autorizados a falar à comunicação social foram escolhidos a dedo. E mal. O director do hospital teve que mandar calar uma médica que já se estava a estender muito.
(A quem achar que fica mal não pôr vírgulas direi que estou a poupar A seguir vão os pontos Já não posso cortar em mais nada)
11 de abril de 2006
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