1 de maio de 2010

Viva o 1º de Maio

Acácias do meu bairro.

O 1º de Maio é dia do Trabalhador. Dia de luta e dia de festa. Também ligado a memórias tristes. Luto. Às vezes o sentido da vida parece pôr os ponteiros a rodar ao contrário e o que deveriam ser referências para o nosso viver colectivo perdem-se em residuais rituais folclóricos.
Quando vim para este sul, há trinta anos encontrei dois dias distintos e também misturados.
Dia de Maio: dia de "atacar o Maio" logo de manhã com um bom medronho; dia de ir para o campo comer panelões de caracóis a cheirar a orégãos; da "festa da pinha", das "abarcas", da entrada com archotes na aldeia de Estoi ao anoitecer, dos "maios" à beira da estrada...
O Primeiro de Maio: dia da festa sindical; dia das bandeiras vermelhas, dos discursos, das canções da memória revolucionária e de outras que se quiseram ligar a essa memória...
São festas populares. Já participei nas duas. A primeira acaba por ser a mais pagã mesmo que inclua missa na igreja matriz.
Dia de luta e dia de festa. Há muitas razões para lutar e a gente gosta mais de festa. Que fazer, Lenine?
Eu cá para mim era capaz de aderir a uma teoria absolutamente revolucionária, capaz de derrotar a actual deriva capitalista selvagem e louca.
Vamos vencê-los pela festa!

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