11 de maio de 2010

O Tony Carreira faria o mesmo mais barato

Cheguei a casa e ligo a televisão que abre na RTP N (parece que qualquer um que fosse) e e stá a dar (é o que está a dar) a transmissão directa do terreiro do passo. A locutora diz que faltam 21 minutos para a eucaristia (de vida) celebrada pelo papa. A câmara percorre em panorâmica a primeira fila e tenho a impressão que lá estão as mesmas caras que estavam no concerto do Tony Carreira, no pavilhão Atlântico, ou no Campo Pequeno... já não me lembro.
Ontem alguém fazia as contas e dizia que se contabilizava em 75 milhões os custos observáveis desta visita papal. Não se incluem aqui os prejuízos das tolerâncias de ponto e do estado de sítio de meia cidade de Lisboa.
Eu sei que as pessoas precisam disto, mas não abusemos. Esta semana já houve a vitória do Benfica com 48 horas de festejos e recepção oficial na Câmara de Lisboa. Foram milhares e milhares de pessoas em celebração até de madrugada, incluindo inúmeras crianças em idade escolar e não houve sequer um dia de tolerância para os benfiquistas de alma e coração.
Isto prova que as pessoas, quando animadas pela fé não precisam de feriados nem tolerância de ponto e até são capazes de pagar para estar junto dos seus ídolos.
É bem verdade que a malta do futebol também gasta muito em segurança
e em cada jogo jogam cerca de trinta polícias por cada futebolista e que ao fim de um ano isso custa-nos um ror de dinheiro.
O Cavaco trata o papa por santo padre e diz que fala em nome de todo o povo português...
Estou a ver que de Portugal se pode dizer que é tanto um estado laico, como do vaticano que é um estado pedófilo.

Esta visita junta o delírio místico com a paranoia securitária. Para além do ridículo de que ninguém se parece importar.

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