10 de junho de 2009

Ainda as europeias

Estive para titular este post como O ovo da serpente, o célebre filme de Bergam de 1977, sobre os sinais promonitórios do nazismo na Alemanha do pós-I Guerra Mundial. Só não o fiz porque ao pesquisar sobre o filme o Google devolveu-me, entre imensas outras alusões e títulos, um do Miguel Portas, muito recente e um outro mais antigo do "abominável César das Neves" e perdi a vontade a essa metáfora.
Ainda assim, e porque isto anda tudo ligado, mesmo que às vezes não entenda muito bem a cosa.
Ah, hoje era sobre as eleições para o parlamento europeu que decorreram no domingo. Decorreram bem, sim senhor, porque o presidente Cavaco em boa hora veio uns dias antes lembrar os portugueses que deveria estar bom tempo (ao contrário do que anunciava a meteorologia) e que na semana a seguir havia dois feriados seguidos e, embora não tivesse sugerido propriamente que dois ou três dias por conta do período de férias teriam um efeito multiplicador, os portugueses entenderam muito bem e aproveitaram a dica. O resto também ajudou. Europa? Ainda se fosse o europeu de futebol!...
Mas o que eu queria aqui deixar registado era outra coisa. Na noite eleitoral, já depois de se saber que o PSD tinha mais votos e o lipidinoso Rangel destilava vingança misturada com o que aprecia ser um programa político para o país, pondo-se em bicos de pés como se tivesse vencido as legislativas, impressionou-me a moldura juvenil que o cercava. De repente tive a sensação de já ter visto aquilo. As mesmas caras de parvo, as mesmas camisas às riscas metidas em calcinha bege de algodão... Estes jovens betinhos são os filhos dos betinhos da AD dos anos 80! Só têm de diferente aquelas lenga-lengas que caracterizam os (outros) hooligans da bola.
Quem viveu esse tempo reconhece os sinais.

1 comentário:

Ernesto Carreira disse...

Pois é!
Fico também perplexo e angustiado com a visualização da noite eleitoral. Há demasiados emplastros na nossa triste cidade.

Abraço
Ernesto Carreira