2 de junho de 2009

As bestas, novamente

Imagem apanhada aqui


Há dias ouvi por aí nas notícias que alguém da igreja do vaticano teria dito algo como: o aborto é muito mais grave que os abusos sexuais de menores. Não tinha percebido bem o contexto em que tão absurda declaração era emitida, mas fiquei, até hoje, com a pulga atrás da orelha e fui procurar. Estes vermes de sotaina não fazem por menos: em meia dúzia de palavras querem branquear décadas de pedofilia nos colégios católicos irlandeses e combater o projecto de lei do governo espanhol sobre o aborto.


A besta chama-se António Cañizares Llovera e é cardeal. Mas podia ser qualquer um das centenas que ao longo dos anos abusaram de crianças que era suposto proteger, barraram investigações, sonegaram informação, queimaram relatórios, esconderam criminosos, durante muitos anos e em diversos países do mundo.
Daqui a muitos anos há-de vir aí um papa qualquer coisa XXVII pedir perdão ao mundo sobre estes pecados, mas isso não muda a vida das vítimas de abuso que continuam expostos a estes predadores.
É preciso dizer-lhes na cara que o abuso pedófilo é crime. E que, nas circunstâncias em que é perpetrado pelos membros da igreja católica, devia ser considerado crime contra a humanidade. As vítimas são frequentemente crianças já em estado de necessidade, ou aquelas cujas famílias as confiam a uma instituição que respeitam para lhes proporcionar o que julgam ser uma melhor educação.

Revolta-me que esta gente untuosa ande por aí impune e ainda tenha o desplante de vomitar estas baboseiras. Ao menos calem-se. Se quiserem, rezem. De preferência baixinho.

1 comentário:

Ernesto Carreira disse...

Pois é!!
Gosto de pensar, que há sempre uma razão que desconheço, mas o proteccionismo que a igreja tem na cultura ocidental, não tem pingo de aceitável.
Fazem, afirmam, escrevem o que querem, com o maior desplante e insensatez, de quem se julga dono da fé, da verdade e bons costumes.
A reacção da sociedade civil é, no mínimo, engraçada.
Continuo com a certeza que a sociedade ocidental é cada vez mais feliz. Nada de preocupações, nem pensar em deveres de cidadania, aliás, pensar quanto menos melhor.
O que nos vale é que não somos eternos. Tenho a convicção que a nova geração, não vai ser tão fria e distante. Vão cometer erros, mas serão concerteza outros, não os que neste momento trazemos ás costas.

Abençoada Blogsfera
que me tira do marasmo cinzento.
Intervenção sempre, de qualquer maneira e cada vez mais.


abraço
Ernesto Carreira