8 de dezembro de 2010

FMI




Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida, um pedaço um pouco especial, trata-se de um texto que foi escrito, assim, de um só jorro, numa noite de Fevereiro de 79, e que talvez tenha um ou outro pormenor que já não é muito actual.

José Mário Branco


Estás muito enganado. Não é um ou outro pormenor...
Depois de SCP já ninguém teme o FMI. Eu explico: Sócrates, Cavaco e Passos já garantem o pior cenário, e como são mais papistas que o FMI, o BCE e a CE juntos, nada a temer.
Agora são eles que cantam o FMI (dida didadi dadi dadi da didi) para nos entreter enquanto bancos e umas quantas empresas que se acolitam em negócios com o Estado, ou têm a sua actividade de quase monopólio protegidapelas leis do Estado acrescentam mais uns pontos percentuais ao crescimento dos lucros.
O resto (o resto é a Deolinda, António Pedro) nem sequer pode ser atribuído a estes entretainers SCP que não passam de uns palermas que os imbeceleitores elegem para cumprirem que aquilo que outros que ninguém elege decidem.
Desprezo este sistema. De alto abaixo.
Infelizmente, parece não haver uma alternativa credível dentro deste paradigma capitalista selvagem. A continuar assim, dirigimo-nos para um buraco negro, donde só escaparão os muito poderosos, guardados por verdadeiros exércitos, como já vimos todos em filmes de ficção futurista.
Parece-me inevitável a curto prazo uma convulsão generalizada com focos de violência nas ruas e outras situações indesejáveis que o sistema aproveitará para legitimar o endurecimento da repressão, da coacção e da violação da privacidade. Tudo em nome da segurança, da liberdade e da democracia.
Uma forma de gerar uma alternativa poderá estar naquilo a que já chamei de insurreição criativa. Não há um programa para isso, mas de vez em quando aparecem alguns sinais do que poderia ser essa insurreição, baseada em actos do dia a dia, não violentos, mas se globalmente participados podem pôr em causa muita coisa. Se é possível pôr quase toda a gente a sorrir uns para os outros na cidade de São Paulo, é possível muita coisa.




Façamos destas tretas do FMI um outro FMI - Forte Motivo de Inspiração

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