24 de setembro de 2010

Trabraço e bicicleta

De vez em quando tenho uns ataques de espirros. Durante cerca de dez minutos espirro exuberantemente uma média de catorze espirros (sim, até já fiz uma estatística) e há sempre alguém entendido por perto que assegura que é alergia, ou então se for mesmo especalista diagnostica logo uma rinite alérgica. Eu, logo que posso, aproveito uma pausa entre dois espirros e respondo que não é nada alergia e que a única alergia que tenho é a trabalho. Por acaso é uma grande mentira, apesar de me assumir como preguiçoso militante e ainda assim mais militante que preguiçoso se é que alguém vai entender isto.
Pois eu que tanto peroro a favor da preguiça ando agora tão abraçado ao que geralmente se chama trabalho. E o mais grave é que estou a gostar apesar do cansaço desta primeira semana com aulas.
Rememoreei este sabor das aulas, do desafio ali frente aqueles jovens, a tentar contagiá-los com o entusiasmo necessário para que as aprendizagens se tornem fáceis. A resposta é boa sobretudo nos do segundo ano, com quem já tive duas sessões e até parece que já interagimos há mais tempo. Os do primeiro chegaram agora e só tive uma sessão no início da semana.
Ontem até já dizia a um aluno que me interpelou no final da aula que o bom disto não é "dar aulas", é criar encontros onde todos possamos aprender algo. É isso que eu tento e gostaria de conseguir. Às vezes fico com a sensação de chegar lá.
Ah. E outra sensação da semana de quem esteve bastante tempo afastado desta actividade. è como andar de bicicleta.

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