24 de outubro de 2005

Crónica de um voo inacabado

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Alexandre O'Neill

E contava-me ela que uma amiga e companheira de arribações plurais sucumbiu com o peso dos recados e logo se encheram as bancadas e os céus de relatos com transmissões directas muito para lá das incumbências.

Resultado: Agá 5 - Ene 1.

Mas acho que o árbito estava comprado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Leio O'Neil ...
ouço Carlos do Carmo ...
hummmmmmmmmmmmmm, e ...
ouço todos os fados traçados, fados perdidos, fados amados, fados desmaiados e corridos, desgarrados de vidas vadias
com as almas empenhadas .

E que sim, que o árbitro esteve sempre comprado e fez batota à Vida, e inscreveu cartões pigmentados de arco-íris no branco caiado da Natureza Humana.

E obrigada pelo trautear que me ficou no coração.

Outono