17 de maio de 2005

Não me deste tempo...

Foi uma onda grande.
Um ribombar de dor de estalar a alma.
A notícia veio no vento norte.
Gelada.

A minha amiga deixou-se morrer.
Não cheguei a mostrar-lhe
tudo quanto me fazia gostar dela.

Desculpa, Fátima...
Precisava de muito mais tempo.

1 comentário:

  1. Há palavras que nos beijam
    Como se tivessem boca,
    Palavras de amor, de esperança,
    De imenso amor, de esperança louca.

    Palavras nuas que beijas
    Quando a noite perde o rosto,
    Palavras que se recusam
    Aos muros do teu desgosto.

    De repente coloridas
    Entre palavras sem cor,
    Esperadas, inesperadas
    Como a poesia ou o amor.

    (O nome de quem se ama
    Letra a letra revelado
    No mármore distraído,
    No papel abandonado)

    Palavras que nos transportam
    Aonde a noite é mais forte,
    Ao silêncio dos amantes
    Abraçados contra a morte.

    a)

    Pedrinha

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