16 de junho de 2005

Morrer na praia


"Lovers" by Njogu
Eles foram viagem, descoberta, aventura, espanto.
Foram riso e sal, suor e sonho. Equilibristas, peregrinos, grãos de areia, saltimbancos clandestinos.
Amantes ao sol, náufragos de searas e planícies, contempladores de constelações e crescentes.
Domadores de marés e tempestades.
Desfalecem agora na praia na carícia das ondas a lamberem-lhes as feridas.

E hoje está um belo dia.

3 comentários:

  1. Deixa seguir, deixa passar toda esta água sob estas pontes ...

    Deixa a água limpar margens, carregar folhas secas em galhos quebradiços, asas partidas ...

    Deixa a água guiar-te pelo mar revolto, pela rua escura, pela Vida !!

    Gotinha

    ResponderEliminar
  2. Caminheiros de outra margem, onde a noite traz brilhos de amanhecer, nem que ao longe! Ainda muitos - pergunto-me... Por mãe a madrugada, obedecemos crianças a rir. E seguimos cantando.

    Como La cigarra de Mercedes:
    "Tantas veces me mataron,
    tantas veces me morí,
    sin embargo estoy aquí
    resucitando.
    Gracias doy a la desgracia
    y a la mano con puñal,
    porque me mató tan mal,
    y seguí cantando.

    Cantando al sol,
    como la cigarra,
    después de un año
    bajo la tierra,
    igual que sobreviviente
    que vuelve de la guerra.

    Tantas veces me borraron,
    tantas desaparecí,
    a mi propio entierro fui,
    solo y llorando.
    Hice un nudo del pañuelo,
    pero me olvidé después
    que no era la única vez
    y seguí cantando.

    Cantando al sol,
    como la cigarra,
    después de un año
    bajo la tierra,
    igual que sobreviviente
    que vuelve de la guerra.

    Tantas veces te mataron,
    tantas resucitarás
    cuántas noches pasarás
    desesperando.
    Y a la hora del naufragio
    y a la de la oscuridad
    alguien te rescatará,
    para ir cantando."

    ResponderEliminar
  3. Frente a frente

    Nada podeis contra o Amor,
    Contra a cor da folhagem,
    contra a carícia da espuma,
    contra a luz, nada podeis.
    Podeis dar-nos a morte,
    a mais vil, isso podeis
    - e é tão pouco!

    Eugénio de Andrade

    ResponderEliminar